quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

A VIOLÊNCIA

A violência é o arame farpado
Da liberdade que nos deveria ser inerente
E que, no entanto, não é.
Que perfura nossa carne feito chumbo
Eu como jumbo todos os dias no almoço nu
De uma realidade sem remédio e doente
Que petrifica nossa alma nos condenando à tristeza
De dias atrozes e sem perdão
Que vai dançando sorrateira de par em par pelo salão infinito da maldade que é a sua casa
Que nos suga as forças feito um vampiro
( que não quer saber )
Ela é má, mais que madrasta
Má! Simplesmente má!
E nos arrasta em sua solidão de pedra
Dura, atroz, a sós em nós difíceis de desfazer
Mesmo depois
Mais gélida que a própria morte, talvez
Mais quente que o inferno, decerto
Que nos mete medo com suas fuças, agulhas e demônios
Ela nos resseca
Desde a boca até o último tormento
Nos mata aos poucos por dentro ou direto mesmo
A violência é um dia de chuva forte de projéteis sem teto
É quando o indesejado está por perto
E nos aperta o peito nos tomando o fôlego e a esperança
Que nos afrouxa os culhões
A violência é perversão
Humilhação de quem faz e de quem sofre
A violência é um porre!
Uma cachaça malvada, que não é boa
Que desconcentra a mente e desgraça à toa
O curso normal das coisas e de tudo
A mais estúpida retórica dos mais fracos
E dos espíritos pesados sem luz ou amor
Semente amarga de frutos detestáveis
A violência é indomável, implacável, sem volta
Alguém que trancou a porta
Riscou o fósforo e acendeu o pavio
Não há mais outro caminho
Vai explodir !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!............