terça-feira, 30 de setembro de 2008

O IMPOSTOR - Paliativos para uma vida desgraçada




Você aceitou por algum trocado
(Paliativos para uma vida desgraçada)
A ajudar a quem muitas vezes não vale nada
E você nem percebe
O mecanismo que te usa e fortalece o inimigo
Ele apenas te paga por um serviço
Que para você aparentemente não custa fazer
E você fará, ficará horas achando que está ganhando mole
Um acordo que por detrás te engole
E você não sabe
Este sujeito a quem você ajuda a se eleger
Não passa de um impostor
Que não está interessado em ficar do seu lado
Isto é politicagem, picaretagem, molecagem das mais sujas
E você o otário!
Este sujeito jogará pedra no seu telhado
Quando você precisar do Estado
E este não te atender
Quando o seu filho tiver um péssimo ensino
Lembre-se que este destino
Foi você quem ajudou a construir
E quando por fim a segurança da sua família estiver ameaçada
E praticamente não mais existir
Não se esqueça e de vez aprenda
Que isto a gente conserta aqui
Neste presente de agora
E não no futuro de depois
Quando tudo já será tarde demais
E o seu candidato não te reconhecer
E sequer se lembrar
Que foi você, sem perceber
Que o ajudou a chegar lá!
Mas isso pouco importará
Pois homens assim não são políticos de verdade
Não estão nem aí para a realidade
Muito menos para sua
Não vai se importar se te vir novamente no meio da rua
Na mesma condição de sempre, sem evolução alguma
Que você não evoluiu
Porque para homens assim
A política é tão somente um negócio
Pergunta para eles se entrariam nela senão fosse pelo salário astronômico
Se seriam capazes de abnegar prêmios e abonos
Em nome da felicidade dos outros
Se for antes da eleição, sim é o que dirão
Mas se for depois, rirão de nós dois!

Portanto, preste atenção nesta bandeira que você tremula nas ruas
Por conta de que você acha que a tua vida não muda?!

DEPOIS DO TERCEIRO ASSALTO PELA MESMA QUADRILHA, ACHO QUE DÁ PARA NEGOCIAR!

- Puxa! Vocês de novo?!
- É isso mesmo, madame!
- Olha, vocês não estão me reconhecendo? Eu sou aquela da semana passada e de antes de ontem também!
- Sinto muito, madame.
- Mas eu já não tenho mais nada! Foram vocês mesmo que levaram tudo!
- ta reclamando, vovó!
- Vovó é a vovozinha!
- Há! Há! Há! Todos riram! Cuidado com as palavras, madame! Estamos Trabalhando!
- Pois então, vamos negociar, meus filhos!
- Não me chama de seu filho! Porque mãe a gente só tem uma!
- Por falar em mãe, cadê a sua?!
- Não te interessa...deve estar em casa, sei lá!
- Pois então, meu filho, desculpa, eu também sou mãe!
- Não quero saber! Fica quieta que a senhora está atrapalhando o nosso trabalho!
- Tudo bem! Tudo bem! Calma...Olha eu já não tenho relógio nem cartão de crédito...
- Aliás, aquele seu relógio, heim madame
- O que tem?
- Como o que tem? Era falso!
- Falso, é?!
- É!!!
- Olha aqui, meninos, a vida não está fácil, ouviram bem?!Tá pensando o quê? Nós trabalhamos a vida inteira, somos assaltadas duas ou três vezes por semana, não é mole, não!
- e pelo nosso lado – argumentou o bandido – Vocês nunca facilitam. Não é mole lidar com vocês! É preciso muita psicologia, ouviu?! Por isso a gente mata mesmo! Vocês não ajudam, droga!

Neste momento os dois se entreolharam por alguns segundos e de repente, com uma fúria que não sabia que tinha, o bandido fez três disparos contra o rosto da distinta senhora! Ninguém sabe por qual ordem divina, a arma falhou três vezes!

- Filha da puta! Gritou o marginal – Filha da puta! - Sujou! - Gritou o outro!

Nunca mais se viram e da mesma forma jamais conseguiriam esquecer o dia em que a vida foi mais forte que a morte!

A CENA ROCK ALTERNATIVA. - QUAL A ALTERNATIVA?!




O que acontece é o que todo mundo sabe, a cultura é instrumento de discussão contínua, não uma imposição. Movimentos nascem e morrem aos montes todos os dias, contudo, há um fascismo do qual a “Grande Tempestade” (música da Real Sociedade) fala, que controla tudo em função do interesse de uma pequena, mas contundente minoria, que detém o poder da mídia, sobre um povo analfabeto e facilmente manipulado. Quer queiramos ou não, temos que reconhecer que as rádios têm ou tinham um papel importantíssimo e fundamental nessa luta, que eram elas, que de certa forma catequizavam a juventude e os apresentavam a novas bandas, que os faziam estar ligados, que trazia a notícia sobre este ou aquele artista, que por tabela então, faria com que o mercado de vendas de discos se aquecesse e por aí ía. Vinham os shows das bandas que tocavam nas rádios(grande veículo de divulgação), em suas casas, nos seus carros, na televisão, em suas vidas, e que eles conheciam bem, sabiam das letras e da vida do vocalista e da vida da banda, que por sua vez influenciaria e traria outras influências de sua cultura musical, citando outras bandas, indicando ou não novos caminhos, formando assim uma cadeia permanente de fãs e ídolos que fomentariam a cena. Mas nada disso funciona mais! Estamos na escassez de tudo, de informação, de influências e do que é pior, de boa vontade da mídia(grande e pequena), não deixando chegar à nossa juventude, novas informações. Então quando as bandas alternativas se mobilizam e realizam shows e eventos, não têm por excelência aquela força motriz que já deveria existir antes como base, para que a sua ação tivesse um resultado plausível à altura do seu esforço. Mas o público não corresponde, pior, ele não existe mais, por conta de todo esse histórico já descrito aqui. E o novo assusta! Quantas vezes um sucesso, ou simplesmente uma canção, precisou ser tocada um milhão de vezes para cair no gosto popular?! E essa informação é quase sempre massacrante, tocando no rádio uma centena de vezes por dia; assim se faz um público, mesmo que ralo; a verve cultural precisa se alastrar de alguma forma quase fixa, às vezes, para padrões de comportamentos infalsos como o da massa brasileira, tão massacrada e covardemente usada por distúrbios auditivos. Como conhecer bandas como Muse, por exemplo se não existe veículo de divulgação, para que cheguem até nós?! A garotada está ouvindo o quê?! O que chega a ela! Pois, a bem da verdade e a princípio, não se faz força para conhecer novas tendências, a música vem até a gente, através do marketing que as empresas fazem. Sendo que a televisão hoje em dia é até mais forte que as rádios que teriam este papel primário de conversar com os jovens mais especificamente. Então nos enchem de ruídos que para o jovem em formação vem em forma de modismo! E todos caem na armadilha e batem palma para o vazio; mas é o que eles tem nas mãos, o que lhes chegam aos ouvidos. Como podem gostar de Led Zeppelin, se nunca ouviram?!
A cena carioca ou até mesmo nacional estará sempre condicionada a este jargão e ao pré domínio da mídia e das grandes majores, infelizmente são eles que ditam as regras e a ordem da vez. Por um outro lado, caberia a nós, os maiores ‘prejudicados’, mostrar e provar tanto para eles quanto para o público, de que somos capazes de satisfazer tanto a um quanto a outro, só que infelizmente, mais uma vez, acabamos nos tornando vítimas das circunstâncias também. Além de ser um grande desafio despertar algo nessa juventude tão transviada, também nos vemos aquém das expectativas deles. Verdade seja dita, se com toda essa máquina contra, nós não formos capazes de gerar algo que seja no mínimo interessante, ao invés de repetir a velha fórmula de canções óbvias demais para tanta pretensão, não sobreviveremos nem a nós mesmos! Como alias acontece! Por que nossos shows não são ao menos freqüentados por nossos colegas músicos?! Porque nem para eles (como deles para nós) conseguimos ser convincentes! Nossos amigos marcarem presença em “mesmo-todo-show-igual” que a gente faz, não é definitivamente garantia de nada! Apenas amizade! É preciso que se tenha essa consciência e atitude de verdade para mudar primeiramente a nós, se formos plausíveis de mudança, é claro. Ter auto crítica e cultura não só da canção como muito também de literatura, de letra, de engajamento, mesmo que se faça letras despretenciosas; e para os que estão me entendendo, posso citar o Ultraje à Rigor. Quero dizer portanto que podemos ser o que quisermos, políticos ou apolíticos, não importa, quando a música é boa e a banda interessante, e há um istmo de poesia, pode ser que se haja um mínimo de esperança para que a cena mude, porque do contrário...