segunda-feira, 28 de julho de 2008

FALANDO PARA ARTISTAS QUE NÃO SE RECONHECEM OU PARA PESSOAS QUE GOSTARIAM DE SÊ-LO, MAS NÃO SÃO!

Você trabalha, trabalha, trabalha e quando pára é logo cobrado (nada diferente de como era antes quando você só trabalhava, trabalhava, trabalhava...). Tua mulher te cobra, teu chefe te cobra, teu filho te cobra, a sociedade te cobra. Você não pode falhar, pior, você não pode parar com a produção. Na verdade, você não é admirado, você é apenas um escravo, até de si mesmo, transvestido de cidadão e contas à pagar; que pensa que tem poder, porque tem algum status e dinheiro, mas status não é o que você pensa. Status te dá “poder”, mas não é poder! Porque se você o perde, você não é mais nada! Então que poder você tem além do seu status?!
Quem te admirava (ou dizia), não te admira mais. Quem te amava (ou dizia), deixou de te amar em 2 segundos. As pessoas (no fundo) não têm orgulho de você, mas inveja e isso não é bom nem para quem sente nem para quem é alvo, se pudessem ocupariam, sem pestanejar, em 2 tempos, o teu lugar para te abandonar em seguida, pois quem inveja ou anseia o lugar do outro, na verdade não quer o outro. E saiba mais, saiba que a tua soberba é o outro lado desta mesma moeda, com a qual você compactua quando aceita tudo isto. Você não é diferente de ninguém, na verdade você está sozinho e você sabe bem, e ainda se entrega a isto à medida que luta por isto, sua sobrevivência! Por isso você precisa sempre estar à altura para render sempre alguma coisa para alguém e não relaxar nunca! Ou seja, você não é livre, você não é você e tudo isto é uma ilusão.


P.S - Você tem tudo na mão, mas hesita para tudo que sempre sonhou. Ignora que o nosso maior dever aqui na terra é salvar os nossos sonhos e que pecado maior e mortal é não concretizá-lo, principalmente quando se há condições e oportunidades eminentes para o que sempre foi esperado e agora covardemente você adia. Você está traindo a confiança de Deus, quando hesita na concretização de seus sonhos, quando condições lhes foram dadas para isto, tudo o que você pediu. Você está sendo leviano para com você mesmo, um fraco em relação ao outros que te são próximos. O exemplo que você passa seria o mesmo exemplo que você jamais seguiria e você sabe disso. De certa forma então, apesar de toda a sua luta e de todas as suas conquistas, você não passa de um covarde, isto é, isto tudo se você ainda for quem você sempre quis ser. Nada disso!

quarta-feira, 23 de julho de 2008

GOTHAN CITY - Um super-herói!

O que é aquilo lá no céu ?!
Será um pássaro, será um avião ?!
Quem nos dera fosse o super-homem!
Que com seus super poderes
Pudesse nos defender e nos dar alguma esperança
Agora que o futuro é negro
Quem nos dera se aquele carro preto, blindado, tão temido e insuficiente da polícia
Fosse o poderoso Bat-móvel
E que na escuridão da noite fôssemos todos surpreendidos
Pelo tão famoso homem morcego, o Batman!
Que com sua capa preta pudesse nos proteger das balas perdidas
Mas o Batman é como o Papai Noel (muito embora neste muita gente ainda acredite!)
Já Gothan City... (será aqui?!)

À mercê dos bandidos!
A liga da justiça, diferente do bolo da vovó
Perdeu a liga - Não se encontra mais
Triste a nação que necessita de heróis!
Mas como precisamos!

Não só de heróis, mas de anjos também!
Para tantos demônios entre nós
Quem sabe um outro certo mascarado
Pudesse mesmo prender em sua poderosa teia
Os insetos malfeitores e perturbadores da paz
Chamem o Homem-Aranha!
Os X-Men! A mulher Maravilha! O Rambo!

Ó minha cidade maravilhosa
Perdoe-nos por tanta crueldade e estupidez
Todos sabemos que os heróis só vivem nos quadrinhos
E que bandidos deveriam estar mesmo eram enquadrados
Mas agora esta tudo misturado, embaralharam os lados
E ninguém sabe mais quem é quem
Se políticos são reconhecidos como bandidos
Se bandidos uniformizados vivem livres
E preso mesmo só o cidadão
(Qual será a solução?!)

Eu que moro na cidade do sol
Não na cidade do fogo
Agora torço
Para que a chuva venha logo
E que tão cedo não se vá
Quem sabe assim
Possa ela abrandar os ânimos...
E os desânimos
Que parece nunca cessar!

Agente apela para todos os Santos
Para os ídolos, para os esportes, clama por Deus...
Faz o que pode

Mas não pode!

Só mesmo um super-herói!

GUERRA NÃO ANUNCIADA

Quando eu trabalho, trabalho, trabalho
(Até sábados domingos e feriados!)
E não tenho um bom salário
Quando não consigo comer com tranqüilidade
Preocupado com o preço e a quantidade
Economia forçada para a sobrevivência de um outro dia
Quando não consigo descansar
Quando o outro me vê como uma ameaça
Do seu lugar, do seu emprego, do seu dinheiro, do seu lar
E da sua vida
Quando há famintos por toda a parte
Quando não há em que se confiar
Quando na vida não há trégua
É bom que se entenda
Estamos numa guerra!!!

GUERRA NÃO ANUNCIADA II

Quando vivemos entrincheirados de alguma forma
Por medo, obediência, violência, miséria ou solidão
É guerra!
Quando sofremos algum tipo de perseguição
Ideológica, física, psíquica, política, covarde, religiosa...
É guerra!
Quando nos custa a gentileza, o humano, um cafezinho, o Amor
Quando nos custa a dividir...
É guerra!
Quando somos vítimas
Da ignorância, da exploração, da manipulação dos mais fortes
Da alienação, dos preconceitos
E não gozamos sequer dos nossos legítimos direitos
É bom que se saiba
Estamos numa guerra!

GUERRA NÃO ANUNCIADA III

Como diz o outro
Vender a janta para comprar o almoço!

É Guerra!!!

O PRIMEIRO PASSO


DÊ O PRIMEIRO PASSO PARA O QUE FOR!!! O primeiro passo é o start para te levar a qualquer lugar que você queira ou precise; é o primeiro passo quem dita o rumo, quem lhe trará o bem ou te fará perder o prumo, mas que é preciso que aconteça para se saber o resultado ( ou então fique parado). O primeiro passo é a organização das coisas, é o objetivo traçado e mais que isso, iniciado; ele será a senha para as suas viagens mais loucas. Imprescindível é o primeiro passo para o que é desejado; o primeiro passo fará você alçar vôo, portanto ele será a sua asa, que te impulsionará em direção a caminhos e a destinos que se precisam ser abertos ou seguidos.
Todos nós precisamos ir, partir para algum lugar, mesmo que seja para dentro do próprio ser, o seu ponto de partida.
O primeiro passo é o mais importante de todos que serão dados a partir de então; para que o começo seja um começo e para que algo aconteça, sempre haverá de ter um inicio e para isso o primeiro passo vem primeiro e não há como ser de outro jeito, o começo de tudo!
Você que faz de tudo e no fim não realiza nada, é preciso urgente que recomece, que pare, que respire, que se organize para que o primeiro passo seja dado, agora com maior firmeza, para um objetivo concreto e que assim possa ele (o primeiro passo) fazer o seu papel. O seu alvo e o seu primeiro passo e entre ambos o alcançável, acredite, você vai conseguir! O novo sentido para a sua nova seta, a sua nova reta. A precisão do tiro é este passo ímpar que você dá às suas coisas e à sua vida. Recomece do zero, mas recomece, certo de que agora sabe para onde vai. Contudo, uma coisa de cada vez para tudo que você faz. Todo e qualquer caminho rumo ao que for, começa e sempre começará com um primeiro passo, então que este seja repleto e pleno de convicção, atitude, organização e firmeza, mesmo que seja este, o pavio para uma nova explosão que não se sabe muito bem no que vai dar! Mas quem sabe sobre o futuro, não é mesmo?! Estamos falando do presente, que necessita urgente acontecer para que possamos progredir, mesmo nas ínfimas idéias e pretensões. Presente consistente que precisa atuar, andar, existir. O momento que não é mais!
Então que venha o próximo instante, que o primeiro passo nos leve adiante e que o restante seja decerto a realização do que começamos e agora, por fim, alcançamos! Um viva ao primeiro passo de tudo! O primeiro passo, que nunca é atraso. Ao primeiro passo que há de nos levar a um começo de uma nova razão!

segunda-feira, 21 de julho de 2008

“GUARDINHA” – Sobre a truculência da guarda municipal


Estou farto dos homens! Farto de tudo, da má vontade deste mundo e destes homens estúpidos; esses meros e desimportantes semelhantes, imbuídos até o talo, de um pessimismo e de um egoísmo, em franca ascensão; rascante e penetrante, feito um vinho malévolo que nos embriaga. O que há de mal se a plebe se defende, se o outro é um ambulante, eu motorista e tu um guarda, (um guardinha desses, de uniforme de soldadinho de chumbo)?! Guarda que não guarda nada nem protege, a não ser a própria arrogância e as ordens do opressor, que não comanda nada. Se tens mesmo de cumprir ordens tão insossas que o faça com alguma graça e elegância, ah, desculpe, estou falando com brutamentes/brutamontes, jamais entenderão. Vocês também lutam por sobrevivência, também corre atrás, pelos seus, e se amontoam, se acotovelando por migalhas, pelo alimento, com o trabalho suado, vocês são daqui e não de lá! Escravos! Escravos! Capachos, lacaios do patrão que mal te paga, que nem te sabe ou conhece e mal te olha no olho, que como um cisco, te põe no olho da rua pra fazer o serviço sujo do qual eles se vangloriam, colocando-nos no nosso lugar! Para oprimir o teu próprio semelhante, que sangra como tu. Vai! Vai adiante, orgulha-te do teu ofício, do que tu fazes contra o teu igual, e tira o pão da boca dos mais fracos e dos que não têm opção, por uma lealdade que não te servirá para nada! Ele como tu, não é ladrão, teu patrão talvez o seja, teu governo que não vos ampara, talvez o seja; cumpra sim o seu dever, ganhas para isto! Não entendo a sua satisfação, deve haver algum equivoco na tua educação, se é que tens alguma, para não entender a luta, que é de todos nós, somos escória, farinha do mesmo saco, para eles, proletariado para o mundo e a esperança de nossos filhos. Se puderes tu, que carrega este porrete com orgulho, pense na compaixão do homem para com outro homem, tu não é superior por isto, ao contrário, és um reles, massa de manobra, que também aceita qualquer oferta pela tua sobrevivência. O ambulante que tu caças não é a desgraça que tu pensas. A desgraça é o teu governo, que maltrata a população da qual tu fazes parte e que também te usa, sem que tu percebas. Faça o seu trabalho mas não seja capacho de teus algozes nem faça do teu povo sofrido e assalariado um bode expiatório porque tu também é! Pois quer queira quer não queira, fazemos parte de um mesmo lado. Entenda pois, então, porque estamos todos fartos um do outro sem distinção e que tudo isto não é nem mais uma questão de educação, você deve ter tido pai e mãe um dia... é ignorância mesmo, seu guardinha!

O PELA-SACO

Não há porque ser um “pela-saco” na vida! Eu poderia ser menos coloquial e usar termos menos pejorativos, mas não, vou de “pela-saco” mesmo, porque este indivíduo é tão execrável que quanto mais chula a expressão para defini-lo, mais próximo do entendimento de saber o que este sujeito é e representa, ficamos. O “pela-saco” é aquele que parece sentir prazer em atrasar, prejudicar, afundar os outros, digo parece, porque ele também aparentemente está mais para um vacilão do que propriamente para uma pessoa má, muito embora, desconfio profundamente que ele isto também o seja!

Bom, já que nos situamos, posso então me desfazer à vontade, contudo, reforço e repito, não há mesmo razão para um homem ser um pela saco.

O pela-saco é um caxias por excelência , mesmo que acompanhe a moda (aliás não há nada mais cafona que isso), ele ainda é um chato no fim de tudo, é certinho demais para ser elegante como deseja, é pragmático, pelo simples fato de não conseguir ser prático, nem simples, ele traz consigo escondido uma imensurável razão de ser, própria e intransferível, ele precisa, tem necessidade de ser aceito, mas não sabe como se portar, é mais que um chato, é um pé no saco, por isso na maioria das vezes é um ser solitário, um punheteiro de marca maior, quase um nerd, a sua solidão é ininterrupta, maltrapilha, fedorenta, ele sabe que a tem, sabe quem é, e não aceita em segredo, então disfarça e por isso se perde. É mal amado e mal amante, péssimo marido e um amigo indefinido, chato demais para ser querido. Eis a sua solidão! Porém é um homem auto suficiente, também pudera, se não fosse seria um morto vivo. A necessidade faz o monge.
Por tudo isto, o pela-saco é um egoísta em potencial, interesseiro até o osso porque vive de migalhas, mesmo sendo rico (de dinheiro), por sua insegurança de estar à margem das verdadeiras amizades, acha que não pode dar mole a ninguém, por isso não adianta ninguém, só atrasa, ele se atropela, coitado, pensa que esta sendo bom, mas não é de sua cerne, e quando “adianta”, fica aguardando recompensas, ele é um calculista, só não sabe quem não quer! Ele não pensa e pensa demais, vive contando riquezas, não a divide com ninguém e não muda jamais, acha que está sempre sendo passado para trás, vive tenso, teso, propenso ao tropeço, não é, definitivamente, uma pessoa confiável, sua espontaneidade é uma cilada, uma farsa, pois não consegue nunca relaxar. Ele espreita incansavelmente as oportunidades de se firmar no meio em que vegeta, tanto no trabalho, quanto com seus próximos, é um burrocrata de carteirinha e um puxa saco por opção. Algumas vezes tem um surto de bondade e nesses casos o melhor é aproveitar porque logo, logo, ele volta a vacilar, pois o pela-saco é acima de tudo, um louco por isto, um autêntico vacilão.
E outra coisa, o cara é cruel, quando há alguma possibilidade para sê-lo, ele será sem pensar duas vezes, sua manipulada ambição destruirá seus esforços, pensará em pequenas vinganças bem na hora em que ele poderia provar sua integridade, acha o idiota que estará demonstrando força e se lambuzará de novo. O pela-saco sente um incontestável prazer nisto tudo, adora atrasar todo mundo, pois pensa o infeliz, que ninguém há de ter boa vontade com ele, se sente um igual pensando que todo mundo é igual a ele e se frustra e mingua durante toda sua vida, quando não consegue acompanhar a evolução das coisas, da vida e da amizade limpa e pura, ou seja, o pela-saco é acima de tudo, além de vacilão, um pela-saco !

quinta-feira, 17 de julho de 2008

MARCAS DO MEU TEMPO


2008 arroto direto no esgoto! Não troco esta vida por nada, mas se tiveres 38 reais, poderia comprar uma boa dose de diversão. Não preciso de tanto para me divertir, brinco com o inusitado, aproveito bem as horas e quem está ao meu lado agora, do lado de fora como eu, ver melhor quem se atreveu e quem nada viu e mandou tudo para aquele lugar.
Vou (con)seguindo, calmamente vazio, mas sempre em frente, eu suponho. Nesses tempos cheios de buracos, o melhor é estar “morto”, legal já estou conseguindo me tornar um covarde, falta-me agora apenas a farda; a população já não agüenta, vivem agora atentos com tudo e para isso desconfiam de tudo, até da mãe, será que este garçom é confiável? Porque os amigos eu já dispensei! Preciso estar esperto e forte e vou me enfraquecendo de espírito, me engrandecendo de ilusão, das piores, diga-se de passagem, pois eu sou do tempo que ilusão era uma coisa boa, que nos fazia sonhar sem medo de perder o trem, sonhar acordado era apenas uma figura de linguagem, hoje é ser um vacilão! Vacilou , dançou! Vacilo é vala, meu irmão! Irmão é modo de dizer, todo mundo sabe!
A polícia matou mais um, mais dois, o outro era inocente, foi no pacote, sabe comé, né! Tudo farinha do mesmo saco, cidadão agora é só um palavrão, uma palavra no aumentativo, para os mais criativos é uma cidade grande: Cidadão! Porque de sério não tem nada, viramos pilhéria de uma crônica com um tique nervoso e crônico de uma desordem anunciada. A violência é uma arca do meu tempo, uma marca também, que leva a gente para o precipício e depois volta tranqüila como se fosse um passeio de domingo pela lagoa repleta de piranhas, falo dos peixes mesmos, e tubarões. E o tempo é escasso, não há muito dele por aí dando sopa, hoje em dia não podemos nem gastar tempo, com tanta tristeza de troco, quiçá dinheiro, ah, esse dinheiro que nunca é o bastante; não seria isto um mistério, a pior das ilusões?! Mas estamos todos hipnotizados, vamos mesmo para o precipício, eu não ligo já que estou me divertindo! Tempo e dinheiro se completam, eu diria, se atropelam, e o homem, hipnotizado, morre por um e enlouquece pelo outro, mas tudo bem desde que ele esteja no “comando”, só se for no comando vermelho, meu chapa! Não pense você que o teu dinheiro te salva, ao contrário, ele te condena, e a tua pena é ter, mas não ser; e pensar que é um deus, só vai desmantelar as suas relações; você também é rebanho, massa de comando, todos somos e tão alienados que jamais faremos nada por nós mesmos; mas quem liga? Olha agora para tua barriga, já que o teu umbigo não mais se pode ver. O que mais te irrita? O que mais você pensa ser?! Bah!!!
Enquanto isso a cidade se consome. O chefe da polícia é amigo dos bandidos com o aval do governador; o oficial do exército, que alguns jovens o desacatou, foram condenados a morte à revelia da raiva e da covardia de seu “protetor”, entregues a inimigos traficantes, que o problema sublimou (Ih, isso dá música!). Só faltavam as criancinhas, agora não falta mais! Mas meu Deus do céu, que pandemônio este planeta! O caldeirão está fervendo, mas quem está mexendo a colher?! Está insossa esta nossa sopa, você não lavou o pé?!

Mais uma tragédia prestes a acontecer...é só esperar mais um pouquinho e...pronto! Mais um para as estáticas e as manchetes dos jornais, (se espremer sai sangue, heim!). Dois policias metralhados em plena zona sul da cidade, imaginem como não está a zona norte, aliás, tudo é uma zona só, viramos a zona da morte! Isso sem falar nas grandes catástrofes mundo a fora, guerra para todo lado, aquecimento global e etc e tal...tra-la-lá, tra-la-lá, tra-la-lá! Um horror!

Faço minhas as suas palavras, poeta! Também não sei o que dizer do mal sobre a terra, também acho que o Amor hesitou!

quarta-feira, 16 de julho de 2008

DEUS É UM PASSARINHO!


Quando o sol vem afogar á tarde no mar e os banhistas de um dia inteiro se recolhem de suas águas mais frias e geladas de agora, este é o momento que mais gosto de estar na praia. Existe um silêncio mágico, como se o esgotamento daquele dia não fosse um esgotamento propriamente dito, mas um deslocamento apenas, onde os seres ali presentes pressentissem um ritual natural do fim do dia, como uma transcendência somente pertinente àqueles que ali estão. Todos sabem o que vai na alma.
Gaivotas que voltam de suas ilhas, dando o último vôo rasante do dia, enquanto outras ainda se arriscam em mais um mergulho de uma pescaria perfeita, traduzem aquele exato momento de tranqüilidade imensa. Horas de vôo, para onde vão agora? Com a brisa e com o vento, somem no espaço com a tarde que também vai findando aos poucos, com o sol no horizonte, atrás das montanhas e a bruma que nos toma. O por do sol dá suas últimas pinceladas no céu incomparável da cidade maravilhosa e bundas perfeitas desfilam na areia dourada da praia em sagrada comunhão, dentro de uma paz incomum, com a natureza que mais que perfeita, colore o céu com suas cores ímpares, nos abençoando com um magnífico e belo entardecer, prelúdio da noite que se aproxima. O crepúsculo conota os prédios na orla da praia emoldurando sua beleza no prazer estendido na canga da linda balzaquiana que divide a areia com a menina tão bonita quanto ela, que descansa seu corpo ofegante de sol e mar nas areias repousantes da tarde indisolúvel; a paquera que era flerte tão somente renova o ar e sorrisos brotam na cara feliz da juventude. O bem estar é geral e se instala feito um bicho preguiça na tarde triunfal que esbanja vida e saúde na vivacidade daquelas horas incontestáveis de um êxtase natural, fecundo de simplicidade apesar dos privilégios, a preguiça mais gostosa do mundo. Naqueles momentos, de finalzinho de tarde, de sal e de sol, indescritível, a dádiva de Deus!
Veio posar perto de mim, um passarinho que sozinho e tranqüilo, contemplava os banhistas, eu pude perceber sua atenção quase inocente dentro de um momento sublime, divino e secreto que ninguém percebe. Não havia desconfiança ou medo, uma criança pura aquele instante e aquele pássaro tão pequenino e singelo. Fiquei cismado e tentei me aproximar, foi o bastante para ele alçar vôo, dizem que os pássaros sentem o cheiro da civilização e não suportam, então voam para longe, mas este apenas se distanciou um pouco, indo posar mais adiante para continuar contemplando o que via.
Lá ao longe o dourado do brilho do sol iluminava seus filhos, jovens descendo pelas ondas, deslizando pelas horas, nas espumas cremosas de um mar sem igual, com suas pranchas e seus corpos flutuantes, surfando o inanimado, narrando sem saber a parte mais gostosa do verão, a liberdade sobre as águas onde ninguém os alcançam.
Quando voltei os olhos para o passarinho, eles já não estava lá, e não sei mesmo se esteve, achei estranha aquela sensação, estava tão próximo, ao alcance da mão e no entanto me lembro dele longe, altivo me olhando, me fazendo sentir abençoado. Fiquei cismado com aquilo, com aquele doce, breve e delicado momento; me benzi em reverência e fechei os olhos para não mais esquecer. Parecia Deus e tenho comigo que era deveras! Aquele passarinho era Deus! Sim, era! É isso! Deus é um passarinho!

terça-feira, 15 de julho de 2008

NO SEU ANIVERSÁRIO ESTAREI TRANSANDO COM OUTRA!


Esta noite celebrarei o seu aniversário, lhe comprarei flores em demasia, como antes eu fazia, farei também um poema tão bonito quanto romântico e ainda beberei à sua saúde, flertando com os deuses. Olhando bem para trás, te vejo bem à minha frente, sentada, perfumada, com o seu novo vestido colorido e o sorriso que não encontro em mais ninguém, nossos olhos ainda cheios de sonhos, rasgados pela realidade, resgata agora, momentos eternos, cheios de virtudes e devaneios, impossíveis de esquecer. Tocarei em sua mão como faziam os príncipes e os gentlemen dos filmes americanos, enquanto suar nossa canção.
Mais uma data inesquecível. Hoje é o dia do seu aniversário e como todos os outros, hoje será um dia especial, onde amigos e familiares lhes darão presentes e abraços fraternos e o teu semblante, apesar de mais velho, estará aceso feito o de uma criança feliz com o presente. O teu presente será este dia fabuloso que quer queira ou não queira, sempre vem de portas abertas para nós, vislumbrando horizontes; hoje, quer queira quer não queira, apesar dos percalços da vida e de todas as suas artimanhas tamanhas e medonhas, de distância de tempo e de lugar, os anjos dirão amém, porque quando é o dia do nosso aniversário, tudo se transforma ao redor, tudo vira estória, o sublime vem antes e tudo é cor de rosa!

O garçom se aproxima e trás o vinho mais requintado e o prato mais leve e apreciável entre todas as mesas, dali partiremos para o nosso eterno e perfeito ninho de amor e nos amaremos até o dia se perder. Será perfeito! Duas almas gêmeas!

Muitos anos se passaram, quase uma década, e cá estou, conicidentemente na mesma mesa com você num pensamento que dura menos que um segundo. O meu novo amor se aproxima, linda como ninguém, e a sua foto é apenas um escape furtivo da memória que não falha nunca nessas datas. O garçom se afasta contando os trocados que lhe dei como gorjeta. Minha dama me olha sem saber ou querer saber, cheias de desejos, me puxa para si. Dentro de instantes será outra! E eu não me lembrarei de mais nada além da porta.

No dia do seu aniversário estarei transando com outra!

UM ANJO PERDIDO?! HÁ! HÁ! HÁ!

No final da página deste blog há uma foto impagável!
Alerto para isto porque a foto vale à pena.
Você acredita em anjos?!
( Calma! Não é nenhuma dessas imagens cheias de graças
e pasteurizadas de cartazes bíblicos, evangélicos. Não! )
Muito ao contrário,
Ela nos remete a personagens de Angeli, à Wood&Stock, a um Underground hilariante.
Vale à pena.
Em última instância, podemos pensar naqueles fofos anjos barrocos.
Eu vos garanto!
Fofo é o cãozinho da vizinha!
Esse anjinho está mais para “Flor de Jaca”!
Imperdível!
Confira e dê boas gargalhadas.
Muito bom!
Vai lá, finalzinho do blog.
Você vai se sentir no céu!
Há, há há!

segunda-feira, 14 de julho de 2008

NA ESTRADA

Assim que pisei fundo no acelerador, pingos fortes de chuva se chocaram contra o para brisa do carro que eu dirigia a mais de cem, parecia que eu tinha acelerado a chuva; no rádio Tom Yorker cantava a sua última canção e dentro de mim o incontrolável me guiava. Do céu, o infinito caía. Na estrada, carros em alta velocidade rotineira passavam por mim feito cometas ou asteróides em furtiva agonia e categoricamente ignoravam a minha viagem. Éramos centenas de pessoas numa mesma direção pela estrada que vai de um ponto qualquer aonde se quer, cheios de destinos diferentes se esvaindo no infinito horizonte até perdê-los de vista no espaço insólito do destino de cada um, para nunca mais.
Os automóveis são como cães ferozes avançando sobre o tempo, engolindo as estradas, cortando a fina, extensa e têas estradas, cortando a fina e tpo, engolu no infinito horizonte atntra o para brisa, parecia que eu tinha ACELERADO A CHUVA, Enue linha da vida na pesada estrada de poeira e asfalto, sol e chuva, heróicos motoristas de vida diurna e noturna com seus vôos rasantes em rota de colisão, feito morcegos com seus raros faros e radares salvadores do último minuto antes da morte; pesada estrada de todo dia, guardai-vos de suas esterias, ansiedades e distúrbios do vício, deixai-vos atentos para a curva e para o mundo, vigiai-vos. Dai calma e direção, pois já não são poucos os animais mortos nas estradas, impiedosa estrada de nervos à flor da pele e pista de acesso, de corrida feroz rumo ao minuto seguinte. Dezenas de cães destroçados no assoalho da pista vermelha, como presas fáceis para esses loucos e desvairados animais grotescos e perigosos, automóveis que gritam quando freiam, que urram e vão embora sem piedade ou coração. Outro dia mesmo fui eu quem tive que domar a máquina para não ser mais um algoz e engrossar a lista de óbitos caninos, puxei o gatilho, ops, quero dizer, o volante, abruptamente para a direita, num reflexo salvador voltei para esquerda, e quase me espatifei contra a mureta que divide as pistas, foi por um triz. No retrovisor apenas a lembrança fulgaz do maldito cãozinho me olhando sem entendimento, sai logo da reta criatura insana, o próximo dinossauro pode não lhe ser piedoso, saí logo daí, torci, me distanciando na velocidade da luz. A cena sempre é grotesca, carros avançando sobre eles, abocanhando suas presas sem perdão, destruindo-os, esmagando-os, devorando-lhes as vísceras com vontade, deixando a carniça para os retardatários e urubus. Essas envenenadas e monstruosas máquinas contra criaturinhas tão inocentes que alheias atravessam à sua frente, para nunca mais. Contudo, algumas vezes a briga é outra e o animal de porte bem mais avantajado entra pelo pára-brisa à dentro e destrói junto o seu algoz e ambos sangram e agonizam até à morte inevitável, quando não, instantânea.
Uma abstração da estrada é pensar que seus automóveis que vem e vão, com suas luzes vermelhas e amarelas, congestionam as vias como num fluxo sanguíneo ininterrupto; visto de cima, mais parecem glóbulos vermelhos na corrente sanguínea, dando a percepção de que a estrada está viva, pulsando latejante com suas artérias e veias de asfalto. E dentro dos glóbulos de lata, outros fluxos sanguíneos que se dilatam na mais pura aventura da velocidade atroz dos que vem e vão, num fluxo-refluxo de muitas vidas e de uma estrada que não cessam jamais!

MOFO

Hoje tudo está em estado de composição, há mofo sobre todas as coisas e ações, até o Amor, coitado! Ideologias se esvaem como fumaça, na poeira do descaso monumental que é o desmanche da essência do ser diante da petrificação e o ceticismo de tudo. O respeito sobre tudo perdeu a forma e a cantiga, hoje respira uma outra conotação, ninguém se surpreende mais com nada, nem qualquer palavrão vai fazer tremer criancinhas ou idosos de outro tempo, e palavras doces, de tão frágeis, perderam a força do encanto, não adocicam a vida de mais ninguém, o romantismo é carta fora do baralho e o barulho maior não vai tirar o sono de ninguém, nem tiros tiram mais!
Promessas são meras formalidades, meros desejos fortuitos e momentâneos que serão perfeitamente compreendidos se esquecidos na tormenta dos acontecimentos e se não cumpridos da mesma forma serão desprezados no que antes em palavra dita era honra que não podia ser desfeita. Mas honra, é hoje em dia, apenas uma palavra distante de todos e da juventude perdida desses tempos atrozes, da sociedade e até da família. Pais e filhos, irmãos e amigos ventam agora para qualquer direção em busca de suas próprias salvações individuais. Notícias nos jornais não abalam, apenas vendem. Genocídios, guerras, mortes de crianças e inocentes, nada mais choca tanto, nem mesmo a morte. A cultura se esvai, foi-se embora a dignidade, restou apenas um tipo esquisito de diversão, ninguém se interessa pelo pensamento. Preconceitos são preceitos, direitos que qualquer humano pode ter por se saberem não perfeitos, defeito da criação. Política e religião, cada um tem a sua e pronto, vamos para o carnaval. Coitado do Hitler se vivesse nos tempos de hoje! Seria apenas mais um doido nesse mundo tão torto, não teria tanta importância na história. Osama Bin Laden já foi sepultado no esquecimento coletivo, salvo talvez suas vítimas diretas. Ninguém é mais responsável por nada, nem pela vida, nem pelo outro, nem por si, nem pelo planeta e nem Deus é mais tão deus assim...O último que sair que apague a luz. Um artista louvando a bandeira nazista: Nada demais! Um jovem usando uma camiseta com a suástica no peito: Bobagem!
Pessoas de hoje ateiam fogo nas outras, jovens matam pais, pais matam filhos, políticos riem de seus compatriotas e roubam o seu próprio país, padres pedófilos recebem perdão da igreja! O mundo está ensandecido, todos nós estamos anestesiados.
“Nada mais nos deixa chocados, Nada!”

sexta-feira, 11 de julho de 2008

HABITANTES - Uma Banda Especial

Da primeira vez que ouvi “Habitantes”, eu não sabia que seria assim, tão para sempre. A canção que primeiro me arrebatou e eu me lembro muito bem, foi “Hoje teu coração vai depor contra mim”, já pelo título, ganhou urgente a minha atenção e quando a ouvi, a admiração foi total, o seu conteúdo era irretocável, inteligentíssimo assim como sua sutileza, minha nossa, exclamei, tinha encontrado ali, chapado com a novidade, a banda que dentre todas, neste mundo que nem underground chega a ser, seria para sempre a minha banda favorita. Logo em seguida, o tiro de misericórdia, a canção “Torres Gêmeas” era algo indescritível, para ser uma simples canção, tão pop quanto cult.
Tanto as canções quanto a banda são daquelas que nos fazem crer que o sucesso será certo, de certa maneira, assim já o é, visto que não precisamos estar na mídia para sermos bons de fato, pelo menos não nesta mídia de hoje, que feito uma culatra, nos dá a sensação que estar ausente dela é sinal do quanto se vale.

O “Habitantes” não se limita a uma simples banda de rock, é mais, vai além dos acordes e da postura, é poesia pura e desta forma cria em seu entorno a própria conjuntura de ser o que são, sua literatura é permanentemente vigiada pelas mentes, que sensíveis e intelectas, deleta de perto de si, qualquer possibilidade do banal. Com tudo isso, ainda têm a benção de ter o melhor poeta do anônimo como letrista, o nosso “Chico Buarque de Holanda do Rock”, seus poemas são de uma linear e ímpar magnitude, de uma doçura e ao mesmo tempo de uma verve de ferver os sentidos, que nos envolve com uma tal consistência que seria capaz de chamar a atenção de um abajour! Só por isso o “Habitantes” já sai na frente! À Henrique Enzo, todo o meu respeito e admiração.

As referências musicais e culturais da banda, são o bojo que faz dos “HABITANTES”, UMA BANDA ESPECIAL. Os Habitantes são especiais porque são bons no que fazem ou são bons no que fazem porque são pessoas especiais? Bons de papo e de amizade, simples, humildes e verdadeiros... (acho que chega!) Eis o seu legado. Cultos, simpáticos e excelentes músicos, sabem o que têm nas mãos, sabem para onde vão. Suas letras e o seu conteúdo floreiam e perfumam a sua música que de volta emoldura a sua poesia, o casamento perfeito! (ou seria ao contrário?). Nos Habitantes tudo se encaixa, o cuidado com as canções beiram ao exagero, mas vale a pena esperar, são estudiosos do ofício, dado ao sonhos, como se deve ser e maduros com a realidade como não se pode deixar de ser.

Enquanto escrevo, ouço Habitantes; enquanto espero, viajo com os “Habitantes” ; e bem sei que se esses meninos tivessem uma única chance, o rock inglês iria se contorcer de inveja.

ESTRANHEZAS

P/ João Roberto



A violência me pegou
Dentro de casa!
Com as portas trancadas, janelas fechadas
No automóvel imóvel, parado
Sem blindagem, num ataque!
Apenas no silêncio vazio
Como num quarto sozinho, solitário
A mais profunda solidão
De repente
Do nada!
Esse oco vazio que descobrimos na vida
Este buraco negro
Dos acontecimentos mais atrozes
A estranheza da própria existência...

A exigência de uma paz urgente
Que urge infinita e mal distribuída
Impossível para dias atuais

De repente um nó na garganta
Uma secura na alma
E o nada!
De repente o medo e o desgosto
O oposto do que sou...

segunda-feira, 7 de julho de 2008

EXISTE UM LUGAR - "Pára o mundo que eu quero descer!"


Existe um lugar não muito distante de ti, de nós, que precisamos urgente visitar, adentrar, conhecer. Talvez e muito provavelmente não será preciso nem de pernas para andar ou olhos para enxergar, ao contrário, será preciso que se feche os olhos e descanse o corpo, para uma viagem sagrada e infinita que não requer passos ou andanças.
O mundo nos consome cada vez mais e nos empurra ao precipício numa ilha afastada de nós. Doma os nossos sentidos, nos anestesiando, nos enganando, num êxtase medonho, avassalador e danado, nos jogando contra o tempo e centenas de infortúnios taciturnos e diários que invadem nossas vidas com o pretexto de que não há como ser de outro jeito senão deste, o de viver desperdiçando nossas vidas e nossas almas em nome de um futuro inócuo, ausente, que não chega nunca, nos furtando, tirando nossa atenção para as coisas mais simples e as substituindo pelas mecânicas e usuais. Assim o mundo torna-se uma gigante bola de fezes e fogo, queimando sem distinção. Estamos desta forma, vivendo o inferno dos últimos dias, dos últimos tempos e não se dar conta dele faz parte dele, porque nos enlouquece também não saber que mal tanto nos assola. Nossa ânsia não é normal, destruímos ou simplesmente ignoramos o essencial, a possibilidade do outro; a felicidade alheia parece ser uma ameaça, uma disputa diretamente ligada ao detrimento da nossa; o acúmulo de riquezas (pra quê?! Eu pergunto), o sepultamento das amizades (Quem é verdadeiramente amigo do outro nestes tempos tão vis?!), o Amor obsoleto, a descrença e o esquecimento sumário das coisas sagradas, o fortalecimento desta demanda que corrompe a unidade do ser, a alegria feito uma alergia, contida e esparramada qual nódoa nesses momentos supostamente felizes e jamais duradouros, a deslealdade, o cinismo, o ceticismo como uma normalidade vigente de tirar o fôlego, a banalidade que não atrapalha mais...(O Apocalipse?!).
Estamos ocos, ausentes, vazios, contentes com a superfície, urgentes demais com o que se é vivido despercebidamente sem conteúdo.
É preciso urgente parar! Stop! “Pára o mundo que eu quero descer!” Mas como não há como, a não ser que sejamos todos astronautas, que desçamos então de nós mesmos, paremos conosco, uma pausa para a reflexão (já ouvi isto em algum lugar, eu acho!), tenhamos coragem e sapiência, sejamos fortes para poder sermos frágeis, resgatar a sensibilidade perdida, que nos foi seqüestrada há tempos. Mergulhemos no silêncio impossível do mundo hoje, nos desconstruamos por um instante. É preciso! Já é urgente! Antes que percamos de vez o freio desse trem desgovernado que somos nós agora. Podemos não sentir ou saber, mas nos deixamos levar pela urgência da vida. Ninguém é mais capaz de abdicar dessa luta suja e sangrenta, esta a da sobrevivência. Tente e verás como agora já é tão difícil, quase impossível.
Mas existe um lugar, invisível talvez, onde podemos nos lavar, pelo menos de vez em quando e este lugar é dentro de nós, não o nosso umbigo, mas a nossa mente diluída em tanta realidade voraz, é preciso regenerá-la, antes ainda, regenerarmo-nos. Comece a observar em nosso proceder, em nossas angústias, no nosso próximo e em nossos problemas, que muito na maioria, são de fato tão fáceis de se abstrair. Repare no tom da sua voz, lembra como antes ela era mais tranqüila (você nem lembra mais!), lembre também de como não sentíamos tanto medo assim de tudo como sentimos hoje. De onde provém este medo, esta mácula?! Será que o amanhã tem alguma coisa a ver com ele? E se tem, que dia é hoje senão o amanhã de ontem?! E a gentileza, qual foi a sua de hoje?! Procure por ela, faça disso um exercício diário, secreto e constante, brinque de ser bom, de ser “deus” de ser feliz com os outros, ajude a quem quer que seja, comece com um amigo, passe para dois e depois esqueça! Seja justo, genuinamente justo, apenas isto, você consegue? Respire agora mais levemente sobre todos os destroços da não ação. E o mais importante, tente ser alegre a todo custo. Insira alegria em todos os seus atos, diga, fale com mais certeza e toda calma, preste atenção na fala do outro também, mas sempre com alegria. Ela contagiará á todos. Você notará com o tempo como tudo ficará mais leve e consequentemente mais fácil, descobrirá por fim que a alegria na verdade é um elixir. atue desta forma com os seus amigos, com os seus familiares, com todo mundo. Por que dessa ruga em tua testa?! Ela é a marca e a prova do teu inferno, desfaça-a, livre-se dela. É por você!
Descubra que você é o seu próprio inimigo e abrigo dele e que esta luta, que é sua e de mais ninguém, não será luta para lutar armado, não, ao contrário mais uma vez, desarme-se, suas armas é não ter arma nenhuma, pelo simples fato de que você não pode se ferir(você é o seu próprio inimigo, lembra?!). Será preciso usar outro tipo de arma, que não é arma, que não é nada, será preciso esvaziar-se de tudo! ( Você será capaz?! Você será capaz de salvar a si mesmo?!). então, pare e respire de verdade, preste mais atenção em você mesmo, redescubra a sua beleza, a sua fortaleza, reencontre a sua força real, a sua inocente fé, (já consegue fechar os olhos?), relaxe e acorde para si, lembre-se e saiba que a generosidade é o primeiro passo para o equilíbrio e que o equilíbrio é a única ponte que pode nos levar a PAZ; pois é de paz que falo, é de paz que todos precisamos. Salve a PAZ que ainda há em ti. Intensifique-a!

Ressuscita-te homem, antes que a morte o vença por completo!

A SUPER IMAGINAÇÃO DO HOMEM

Observando aquele jovem de meia idade com seu sobretudo negro, seus longos cabelos negros e despojados trejeitos, sua pose bem rock´n´roll , pensei: A imaginação salva vidas! Em que mundo vive tal sujeito?!
Ele deveria ter todos os defeitos para os padrões sociáveis, mas era ele, aquilo ou aquele era ele, isso ninguém poderia negar, mais que qualquer outro, ele tinha coragem para ser o que queria ser e era! Isto é louvável.
O que pode nos tornar loucos para viver num mundo louco?! O que nos faz homens reais e sãos para vivermos num mundo que se acha sério demais, com tantos riscos, para delírios fora de hora?! O que é um delírio fora de hora? O que está certo, o que é errado?! O que podemos arriscar de nós e de nossas vidas ou jamais acontecer?! sim, a imaginação salva o homem!
Quando um homem pensa ser um homem, ele é um homem; quando pensa abaixo disso, provavelmente isso é o que será. E se pensa ser um super-homem... nem que seja dentro da sua mais particular e infinita loucura.
Eu sou um soldado de Deus, então eu sou um soldado de Deus! Eu sou o próprio Deus! Delírio?! E se for o próprio Deus um delírio?! Quem será o louco então?! Eu sou a reencarnação de Jim Morrison, por exemplo, se acredito nisto, é isto que serei, nem que apenas para mim apenas! E se não devo nada a ninguém, é isto que será a minha salvação, o meu mundo, a minha fantasia onde não sou louco e tampouco um marginal. A minha imaginação funciona para mim, a minha mais profunda convicção é minha, de mais ninguém, então colocando para níveis mais realistas, se me penso sério, se quando me visto, penso na dignidade de um bom homem, assim é que me pensarei, que sou visto; eu quero ser o que sou e assim serei, eu sou isto ou aquilo, apesar de não convencer a ninguém ou muito menos ser de fato o que penso e acredito que sou. Aquele sujeito me atentou para isto. Parecia ridículo para a sua suposta idade, estar vestido daquele jeito, mas eu nem o conheço, de modo que ele não me deve nada e o que penso não vai mudar em nada a sua realidade ou fantasia.
O homem que pensa ser um homem de negócio, por exemplo, incorpora com a sua imaginação, toda a forma que ele necessita para ser o que é, o que pelo menos tentar ser que acredita ser, representar o seu papel terá na sua singular imaginação tudo o que precisar para seguir em frente com fé, força e coragem; o que lhe ajudará. Ele pode disfarçar para os outros de que não acredita, o que para os outros pode ser bobagens, só se poder agir com a razão, etc, mas quando ele divaga e imagina ser alguém bem sucedido, é a sua imaginação que está lhe fazendo acreditar que o seu sonho é palpável, mesmo que a vida assim não o reconheça, mesmo que ele tropece e jamais consiga alcançar seus objetivos totais para mostrar ao mundo quem ele verdadeiramente é, mesmo que tenha um relativo fracasso ou até mesmo um absoluto cansaço.
O que é mais importante para o homem do campo? O que melhor convém ao homem da cidade? Quem é mais homem? Quem é mais interessante para a vida? Quem?! Cada um tem o seu devido valor para si mesmo e para o mundo, mas o seu próprio valor!
Por hora e por este tempo é isto, a sua imaginação é que lhe mantém acesso, forte e vivo. Será a sua imaginação que poderá lhe fazer vencer, que lhe protegerá dos maus agouros, desenganos, preconceitos, que não são seus, descréditos de outrem. Nestes momentos ele se imaginará um super-herói, dentro da sua mais secreta vocação, capaz de vencer a tudo e a todos...

Conseguir ou não, será uma questão de competência, eu imagino!

RÁDIO BLÁ


Insistentemente mudo de estação, mas parece inútil e a revolta cresce, acrescenta em mim uma tristeza repugnável de uma solidão indescritível (eu falo sério), para quem gosta de música, as nossa rádios são umas verdadeiras masmorras para ouvidos e mentes, nem o trânsito em volta de mim me revolta tanto. Parece um complô contra a minha integridade intelectual(me refiro ao intelecto mesmo, puro e simples), e de nada adianta procurar porque se você pensa que encontrará algo, desista, ledo engano o seu de pensar ainda, você tão somente não encontrará nada como bem sabe o que enfrenta, uma tormenta que parece não ter fim, parecemos todos fadados a mesmices dos que só querem lucro, talvez, com alguma sorte, talvez consiga esbarrar numa ou outra canção que a muito não ouvia e que por nostalgia se ateve ali por alguns instante reavivando e revivendo emoções antigas, passadas, quase arcaicas, e que também não vai durar muito, não se anime, logo, logo, tudo volta ao normal, isto é apenas um mero e ralo prazer dos que vivem no léo, ao léo, mendigando pelo ouvido ; estamos todos largados, esquecidos, fodidos mesmo. O mal é que muitos acabam acostumando, é absurda a ordem desconstrutiva das coisas que nos cercam, dominam e governam, nós não sabemos, mas a mesmice nos assalta todos os dias, nos assola a sensibilidade até concordarmos com o que é vigente e nos controla por fim, toma conta de nós, dos nossos sentidos, do sentidos das coisas e de tudo, é a nossa tutora, o mau gosto esta tomado conta do mundo, nos possuindo feito um mal que abafa o mundo. Ela já nos possui, nos guarda, da pior forma fascista, nos impedem do novo, nos amortizando com seus flasbacks que não precisamos mais ouvir, mas à falta de novidades, ficamos gratos pela gentileza (bah!), São músicas consoladoras, bonitas até, mas para um outro tempo, de uma outra época, melosas demais para agora. EU QUERO OUVIR ALGO NOVO!!! Cena não rara é ouvirmos diariamente fartos sucessos de outrora como se fossem lançamentos, de tanto que tocam. Não é possível, meu Deus! Em pleno anos futurísticos, estamos em 2008 estarmos sendo bombardeados por “Chicagos “ da vida, “Rod Stuwart” de antes, George Benson, todo dia agora ouço Comodores! canções dos anos 80 que já naqueles tempos pertenciam ao segundo escalão das rádios e que agora voltam com status de grandes canções; até mesmo nossos próprio artistas têm suas obras insistentemente revisitadas quase todo santo dia, o curioso é que o disco novo não toca; se pelo menos tocassem os clássicos, mas nem isso; são pops demais para serem clássicos, imagino, e no pop... não há clássico no pop, por assim dizer, apenas chatices, por assim ouvir. Essa entre safra não acaba mais?!
Insistentemente mudo de estação, mas parece inútil...

RÁDIO BLÁ II

...Então o que acontece?
Você tem que correr atrás dos seus próprios delírios, seus próprios discos, suas próprias descobertas, verdadeiras descobertas, visto o que, agora serão difíceis de encontrar, verdadeiras raridades, na acepção da palavra. Estou exagerando?! Exagerando estão eles que não os encontro jamais! Você não tem de onde tirar o suco, o néctar, a essência, não existe mais fonte, então você tem de cavar fundo, bem fundo, bem mais que o normal. Então você é um obstinado ou você não tem nada, entende?! Ou vai acabar ouvindo o que seus pais ouviam, no caso aqui, seremos nossos próprios pais, de tanta antiguidade e nenhuma novidade. Eles nos faz sentir velhos, ainda por cima, porque não há nada de realmente novo no mercado.
Portanto ficamos todos assim. O que há é o que nos resta e ainda estamos pedido demais, como diz a canção; a pergunta é: Estamos pedindo demais?! E se a nossa nova juventude não tiver atitude, e não tem. E se nossos filhos ( nossa, já estamos com filhos?!), forem reclusos e abominantementes descartados, feito cordeirinhos que não sabem o que é bom e que nem tem vida própria, sem acesso ao que possa ser de fato novo e relevante?! O que for razoável pelo menos. O que irão consumir, nossas crianças; o que irão os consumir?! Como poderão criar juízo de valor e julgamento, como poderão entender afundo se tudo é tão superficial, discernir então...
E depois de consumir o que não tem valor nem qualidade (seja lá de que área for, desde o rock ao samba), se tiver de criar algo, o que poderão criar sem nenhuma boa referência? Até seus sorrisos estarão comprometidos, o que dirá o seu senso crítico. Desta forma, assim, ficamos cada vez mais expostos a um sol que mais que queimar, oxida a pele e a alma da essência do ser. Desta forma assim, ficamos cada vez mais defasados, estéreis e pasmem, até sem caráter.

Gravadoras de todo o Brasil, tenham piedade de nós!
Rádios de todo o Brasil, tenham piedade de nós!
Televisão, mídias e afins, nos poupem desse fim...

O PEIDO

Quando um homem se inclina solto sem nenhum pudor e peida, com um prazer deslanchado, das duas uma, ou ele é o homem mais livre do mundo ou simplesmente o mais imundo, porco mesmo, não só tosco de higiene como também de alma, este sujeito perdeu as estribeiras do bom senso. Mesmo estando sozinho, o peido não pode nunca ser algo prazeroso, ou será que cometo aqui, algum ato injusto para com ele, o peido?!
O peido, antes de tudo, é anti-social, incriminatório e por fim, fedorento, não necessariamente nesta ordem. O peido é um atentado aos bons costumes; qualquer ser que tenha o mínimo de compostura, não pode se sentir digno com o peido, embora este seja algo natural do corpo humano, não tão perfeito assim; e pensando nisto então, pelo menos tente usar o peido como um agente bloqueador dos maus costumes, se você os tiver, é claro, como por exemplo, os preconceitos de você achar que é melhor que o outro, de pensar que só o pobre, podre, mendigo, miserável feda e você não. Todos nós fedemos, amigo e ninguém caga cheiroso mesmo. Então não há porque nos imaginarmos superiores a nada nem a ninguém, aliás começo a imaginar se isso não foi uma grande artimanha do nosso poderoso criador que deve ter dito no ato da sua sublime criação: “Olha, meus filhos, vocês serão lindos, porém, quase perfeitos!” Quase perfeitos! não ao ponto de desprezar quem quer que seja, o seu próximo, por mais riquezas que posam ter ou acumular, lembrem-se que no fim e no fundo, não passarão de detritos, este é o corpo, salvem o espírito!
Deus sabia que tenderíamos à vaidade, que é o pior dos pecados, portanto, o peido! Portanto, salvem o peido! - Vai aqui um paradoxo, um contra ponto ou sei lá o que, mas atentem para isto, mesmo esquisito, preterido e indesejável, o peido ainda pode nos salvar! – Lembre-se dele quando se encharcar de perfume, antes disso, quando gastar o seu precioso dinheirinho com a fragrância que esconde o seu odor, sim, porque além dele (o peido), ainda existem outros odores que teu corpo exala, “inhaca”, “cc”, “bafo de onça”, “cú”, são só alguns apelidos, nomes populares que batizam o ridículo de nós.

Portanto, quando pensarem que valham alguma coisa, principalmente se for, em detrimento ao outro, pensem no peido!

p.s. E olha que eu nem cheguei na merda ainda, heim!