segunda-feira, 7 de julho de 2008

EXISTE UM LUGAR - "Pára o mundo que eu quero descer!"


Existe um lugar não muito distante de ti, de nós, que precisamos urgente visitar, adentrar, conhecer. Talvez e muito provavelmente não será preciso nem de pernas para andar ou olhos para enxergar, ao contrário, será preciso que se feche os olhos e descanse o corpo, para uma viagem sagrada e infinita que não requer passos ou andanças.
O mundo nos consome cada vez mais e nos empurra ao precipício numa ilha afastada de nós. Doma os nossos sentidos, nos anestesiando, nos enganando, num êxtase medonho, avassalador e danado, nos jogando contra o tempo e centenas de infortúnios taciturnos e diários que invadem nossas vidas com o pretexto de que não há como ser de outro jeito senão deste, o de viver desperdiçando nossas vidas e nossas almas em nome de um futuro inócuo, ausente, que não chega nunca, nos furtando, tirando nossa atenção para as coisas mais simples e as substituindo pelas mecânicas e usuais. Assim o mundo torna-se uma gigante bola de fezes e fogo, queimando sem distinção. Estamos desta forma, vivendo o inferno dos últimos dias, dos últimos tempos e não se dar conta dele faz parte dele, porque nos enlouquece também não saber que mal tanto nos assola. Nossa ânsia não é normal, destruímos ou simplesmente ignoramos o essencial, a possibilidade do outro; a felicidade alheia parece ser uma ameaça, uma disputa diretamente ligada ao detrimento da nossa; o acúmulo de riquezas (pra quê?! Eu pergunto), o sepultamento das amizades (Quem é verdadeiramente amigo do outro nestes tempos tão vis?!), o Amor obsoleto, a descrença e o esquecimento sumário das coisas sagradas, o fortalecimento desta demanda que corrompe a unidade do ser, a alegria feito uma alergia, contida e esparramada qual nódoa nesses momentos supostamente felizes e jamais duradouros, a deslealdade, o cinismo, o ceticismo como uma normalidade vigente de tirar o fôlego, a banalidade que não atrapalha mais...(O Apocalipse?!).
Estamos ocos, ausentes, vazios, contentes com a superfície, urgentes demais com o que se é vivido despercebidamente sem conteúdo.
É preciso urgente parar! Stop! “Pára o mundo que eu quero descer!” Mas como não há como, a não ser que sejamos todos astronautas, que desçamos então de nós mesmos, paremos conosco, uma pausa para a reflexão (já ouvi isto em algum lugar, eu acho!), tenhamos coragem e sapiência, sejamos fortes para poder sermos frágeis, resgatar a sensibilidade perdida, que nos foi seqüestrada há tempos. Mergulhemos no silêncio impossível do mundo hoje, nos desconstruamos por um instante. É preciso! Já é urgente! Antes que percamos de vez o freio desse trem desgovernado que somos nós agora. Podemos não sentir ou saber, mas nos deixamos levar pela urgência da vida. Ninguém é mais capaz de abdicar dessa luta suja e sangrenta, esta a da sobrevivência. Tente e verás como agora já é tão difícil, quase impossível.
Mas existe um lugar, invisível talvez, onde podemos nos lavar, pelo menos de vez em quando e este lugar é dentro de nós, não o nosso umbigo, mas a nossa mente diluída em tanta realidade voraz, é preciso regenerá-la, antes ainda, regenerarmo-nos. Comece a observar em nosso proceder, em nossas angústias, no nosso próximo e em nossos problemas, que muito na maioria, são de fato tão fáceis de se abstrair. Repare no tom da sua voz, lembra como antes ela era mais tranqüila (você nem lembra mais!), lembre também de como não sentíamos tanto medo assim de tudo como sentimos hoje. De onde provém este medo, esta mácula?! Será que o amanhã tem alguma coisa a ver com ele? E se tem, que dia é hoje senão o amanhã de ontem?! E a gentileza, qual foi a sua de hoje?! Procure por ela, faça disso um exercício diário, secreto e constante, brinque de ser bom, de ser “deus” de ser feliz com os outros, ajude a quem quer que seja, comece com um amigo, passe para dois e depois esqueça! Seja justo, genuinamente justo, apenas isto, você consegue? Respire agora mais levemente sobre todos os destroços da não ação. E o mais importante, tente ser alegre a todo custo. Insira alegria em todos os seus atos, diga, fale com mais certeza e toda calma, preste atenção na fala do outro também, mas sempre com alegria. Ela contagiará á todos. Você notará com o tempo como tudo ficará mais leve e consequentemente mais fácil, descobrirá por fim que a alegria na verdade é um elixir. atue desta forma com os seus amigos, com os seus familiares, com todo mundo. Por que dessa ruga em tua testa?! Ela é a marca e a prova do teu inferno, desfaça-a, livre-se dela. É por você!
Descubra que você é o seu próprio inimigo e abrigo dele e que esta luta, que é sua e de mais ninguém, não será luta para lutar armado, não, ao contrário mais uma vez, desarme-se, suas armas é não ter arma nenhuma, pelo simples fato de que você não pode se ferir(você é o seu próprio inimigo, lembra?!). Será preciso usar outro tipo de arma, que não é arma, que não é nada, será preciso esvaziar-se de tudo! ( Você será capaz?! Você será capaz de salvar a si mesmo?!). então, pare e respire de verdade, preste mais atenção em você mesmo, redescubra a sua beleza, a sua fortaleza, reencontre a sua força real, a sua inocente fé, (já consegue fechar os olhos?), relaxe e acorde para si, lembre-se e saiba que a generosidade é o primeiro passo para o equilíbrio e que o equilíbrio é a única ponte que pode nos levar a PAZ; pois é de paz que falo, é de paz que todos precisamos. Salve a PAZ que ainda há em ti. Intensifique-a!

Ressuscita-te homem, antes que a morte o vença por completo!

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