sexta-feira, 1 de agosto de 2008

DE REPENTE, UMA PARANÓIA!

De repente uma paranóia!
De que eu poderia ser assaltado, morto por inconseqüência de algum louco ou mesmo de um fatídico marginal e isto me desconcentrou para a vida, que seguia com uma regular normalidade. De repente, do nada, nada dentro de mim! Um vazio que me atacou os nervos com uma magistral habilidade, de onde veio isso, meu Deus?! Este medo me torturando, este vazio me atacando como um inimigo invisível (será que estou enlouquecendo?!) com suas munições inimagináveis feitas de tormentas e de medo, um pequeno inferno sem fim. Pequeno mas sem fim! Um pequeno e infindável momento dentro de mim, um surto, uma paranóia (?).

De repente, uma paranóia!
Não fale comigo agora, eu lhe imploro; ficar calmo não é um analgésico, um comprimido que se toma e passa, ficar calmo nessas circunstâncias é uma loucura total. Ficar calmo é uma pinóia! Quando é com a gente é uma outra estória.
De repente, uma paranóia me tirou o chão, me fez imaginar coisas, acreditar em outras, perder a fé!
De repente uma paranóia, e eu já era outro!

A IMPORTÂNCIA DO "NÃO"


Quando o SIM é uma constante, o paraíso pode ser uma ilusão! Porque viver de bons momentos incessantes, a todo custo, à todo instante, sem ‘perigo’ algum para o embate sadio, pode ser desastroso na hora de ‘pagar a conta’. Quem poderá entender tão repentinamente atitude, se nunca nos deparamos com ela?! A estranheza será certa e se não houver delicadeza ou até mesmo alguma firmeza, tudo pode se perder de fato e aí o que era doce vira amargo e o paraíso, uma dura constatação. É muito, muito fácil viver sem contestar nem ser contestado, não evoluir para o cerne da questão, dar apoio incondicional (ou receber), independente da situação, não proporciona admiração, nem gera amor nenhum, antes, produz egoísmo e o desconforto de descobrir, fora de hora, a imperfeição de nós. Assim, como a vitória, o SIM também nos amacia, de certa forma, nos retrocede ou no mínimo, não nos evolui; paramos para festejar a conquista do desejo e só o que importa é o nosso sucesso. Eu quis, eu tive, eu consegui e acabou! Mas quando tudo se torna extremamente carente e necessário para o NÃO, como haveremos de lidar com a nova situação que faz parte da vida de todos e de qualquer um?!
O NÃO é parte integrante do amadurecimento como um todo, talvez a parte mais importante, do entendimento essencial das coisas nossas e das coisas que não são nossas principalmente, o exercício do desenvolvimento, o bem estar empírico depois da realidade brutal, estar momentaneamente contra uma natureza que não é nossa, mas de todos, que no final nos fará forte e não o fraco de vidro que de tanto dengo mal nos fez. O NÃO fortalece a relação, enquanto que o SIM é quase sempre uma vírgula apenas. O NÃO nos faz pensar, nos abala as estruturas e não nos amolece, o NÃO nos faz crescer! É preciso exercitar o NÃO em nossas vidas, não o NÃO autoritário, que também não pensa, mas o NÃO corajoso, de caráter, que nos respeita a natureza; será ele que nos dará alguma medida para nossa individualidade e a do outro, o respeito e a sabedoria da compreensão e da paciência, a paciência que o SIM muitas vezes não tem nem nos dá. O NÃO educa e o SIM até que poderia ser uma espécie de recompensa e não uma compulsiva condição que muitas vezes é ou se transforma.
No dia em que chegar o dia do NÃO e para ele não estarmos preparados, pode ser que só assim então, compreendamos o tolo que o SIM fez em nós aparecer, o frágil, o bobo, o insolente, o castelo de areia e o telhado de vidro, a casa que construímos sem nenhuma dificuldade aparente, que a felicidade de uma cumplicidade falsa nos deu e que agora dá as caras...e as cartas.
Quando chegar a hora do NÃO, saberás o quanto é bela a força dela, a flor da razão e da justiça, que é séria e imparcial e jamais infantil no sentido mais vazio da palavra. O NÃO pode ser o verdadeiro SIM de que necessitamos para compreendê-lo por inteiro. O SIM e o NÃO são complementos de um mesmo e verdadeiro aprendizado, o equilíbrio da harmonia, que mesmo difícil será sempre extremamente necessário. Parece triste, contudo, porém, mais triste que o NÃO é o SIM da conveniência e do comodismo. O SIM é lindo e o NÃO é forte. O ideal seria que ambos fossem um só, muito embora seja um o complemento do outro, mas quem vem primeiro?!