sexta-feira, 1 de agosto de 2008

A IMPORTÂNCIA DO "NÃO"


Quando o SIM é uma constante, o paraíso pode ser uma ilusão! Porque viver de bons momentos incessantes, a todo custo, à todo instante, sem ‘perigo’ algum para o embate sadio, pode ser desastroso na hora de ‘pagar a conta’. Quem poderá entender tão repentinamente atitude, se nunca nos deparamos com ela?! A estranheza será certa e se não houver delicadeza ou até mesmo alguma firmeza, tudo pode se perder de fato e aí o que era doce vira amargo e o paraíso, uma dura constatação. É muito, muito fácil viver sem contestar nem ser contestado, não evoluir para o cerne da questão, dar apoio incondicional (ou receber), independente da situação, não proporciona admiração, nem gera amor nenhum, antes, produz egoísmo e o desconforto de descobrir, fora de hora, a imperfeição de nós. Assim, como a vitória, o SIM também nos amacia, de certa forma, nos retrocede ou no mínimo, não nos evolui; paramos para festejar a conquista do desejo e só o que importa é o nosso sucesso. Eu quis, eu tive, eu consegui e acabou! Mas quando tudo se torna extremamente carente e necessário para o NÃO, como haveremos de lidar com a nova situação que faz parte da vida de todos e de qualquer um?!
O NÃO é parte integrante do amadurecimento como um todo, talvez a parte mais importante, do entendimento essencial das coisas nossas e das coisas que não são nossas principalmente, o exercício do desenvolvimento, o bem estar empírico depois da realidade brutal, estar momentaneamente contra uma natureza que não é nossa, mas de todos, que no final nos fará forte e não o fraco de vidro que de tanto dengo mal nos fez. O NÃO fortalece a relação, enquanto que o SIM é quase sempre uma vírgula apenas. O NÃO nos faz pensar, nos abala as estruturas e não nos amolece, o NÃO nos faz crescer! É preciso exercitar o NÃO em nossas vidas, não o NÃO autoritário, que também não pensa, mas o NÃO corajoso, de caráter, que nos respeita a natureza; será ele que nos dará alguma medida para nossa individualidade e a do outro, o respeito e a sabedoria da compreensão e da paciência, a paciência que o SIM muitas vezes não tem nem nos dá. O NÃO educa e o SIM até que poderia ser uma espécie de recompensa e não uma compulsiva condição que muitas vezes é ou se transforma.
No dia em que chegar o dia do NÃO e para ele não estarmos preparados, pode ser que só assim então, compreendamos o tolo que o SIM fez em nós aparecer, o frágil, o bobo, o insolente, o castelo de areia e o telhado de vidro, a casa que construímos sem nenhuma dificuldade aparente, que a felicidade de uma cumplicidade falsa nos deu e que agora dá as caras...e as cartas.
Quando chegar a hora do NÃO, saberás o quanto é bela a força dela, a flor da razão e da justiça, que é séria e imparcial e jamais infantil no sentido mais vazio da palavra. O NÃO pode ser o verdadeiro SIM de que necessitamos para compreendê-lo por inteiro. O SIM e o NÃO são complementos de um mesmo e verdadeiro aprendizado, o equilíbrio da harmonia, que mesmo difícil será sempre extremamente necessário. Parece triste, contudo, porém, mais triste que o NÃO é o SIM da conveniência e do comodismo. O SIM é lindo e o NÃO é forte. O ideal seria que ambos fossem um só, muito embora seja um o complemento do outro, mas quem vem primeiro?!

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