segunda-feira, 21 de julho de 2008

“GUARDINHA” – Sobre a truculência da guarda municipal


Estou farto dos homens! Farto de tudo, da má vontade deste mundo e destes homens estúpidos; esses meros e desimportantes semelhantes, imbuídos até o talo, de um pessimismo e de um egoísmo, em franca ascensão; rascante e penetrante, feito um vinho malévolo que nos embriaga. O que há de mal se a plebe se defende, se o outro é um ambulante, eu motorista e tu um guarda, (um guardinha desses, de uniforme de soldadinho de chumbo)?! Guarda que não guarda nada nem protege, a não ser a própria arrogância e as ordens do opressor, que não comanda nada. Se tens mesmo de cumprir ordens tão insossas que o faça com alguma graça e elegância, ah, desculpe, estou falando com brutamentes/brutamontes, jamais entenderão. Vocês também lutam por sobrevivência, também corre atrás, pelos seus, e se amontoam, se acotovelando por migalhas, pelo alimento, com o trabalho suado, vocês são daqui e não de lá! Escravos! Escravos! Capachos, lacaios do patrão que mal te paga, que nem te sabe ou conhece e mal te olha no olho, que como um cisco, te põe no olho da rua pra fazer o serviço sujo do qual eles se vangloriam, colocando-nos no nosso lugar! Para oprimir o teu próprio semelhante, que sangra como tu. Vai! Vai adiante, orgulha-te do teu ofício, do que tu fazes contra o teu igual, e tira o pão da boca dos mais fracos e dos que não têm opção, por uma lealdade que não te servirá para nada! Ele como tu, não é ladrão, teu patrão talvez o seja, teu governo que não vos ampara, talvez o seja; cumpra sim o seu dever, ganhas para isto! Não entendo a sua satisfação, deve haver algum equivoco na tua educação, se é que tens alguma, para não entender a luta, que é de todos nós, somos escória, farinha do mesmo saco, para eles, proletariado para o mundo e a esperança de nossos filhos. Se puderes tu, que carrega este porrete com orgulho, pense na compaixão do homem para com outro homem, tu não é superior por isto, ao contrário, és um reles, massa de manobra, que também aceita qualquer oferta pela tua sobrevivência. O ambulante que tu caças não é a desgraça que tu pensas. A desgraça é o teu governo, que maltrata a população da qual tu fazes parte e que também te usa, sem que tu percebas. Faça o seu trabalho mas não seja capacho de teus algozes nem faça do teu povo sofrido e assalariado um bode expiatório porque tu também é! Pois quer queira quer não queira, fazemos parte de um mesmo lado. Entenda pois, então, porque estamos todos fartos um do outro sem distinção e que tudo isto não é nem mais uma questão de educação, você deve ter tido pai e mãe um dia... é ignorância mesmo, seu guardinha!

O PELA-SACO

Não há porque ser um “pela-saco” na vida! Eu poderia ser menos coloquial e usar termos menos pejorativos, mas não, vou de “pela-saco” mesmo, porque este indivíduo é tão execrável que quanto mais chula a expressão para defini-lo, mais próximo do entendimento de saber o que este sujeito é e representa, ficamos. O “pela-saco” é aquele que parece sentir prazer em atrasar, prejudicar, afundar os outros, digo parece, porque ele também aparentemente está mais para um vacilão do que propriamente para uma pessoa má, muito embora, desconfio profundamente que ele isto também o seja!

Bom, já que nos situamos, posso então me desfazer à vontade, contudo, reforço e repito, não há mesmo razão para um homem ser um pela saco.

O pela-saco é um caxias por excelência , mesmo que acompanhe a moda (aliás não há nada mais cafona que isso), ele ainda é um chato no fim de tudo, é certinho demais para ser elegante como deseja, é pragmático, pelo simples fato de não conseguir ser prático, nem simples, ele traz consigo escondido uma imensurável razão de ser, própria e intransferível, ele precisa, tem necessidade de ser aceito, mas não sabe como se portar, é mais que um chato, é um pé no saco, por isso na maioria das vezes é um ser solitário, um punheteiro de marca maior, quase um nerd, a sua solidão é ininterrupta, maltrapilha, fedorenta, ele sabe que a tem, sabe quem é, e não aceita em segredo, então disfarça e por isso se perde. É mal amado e mal amante, péssimo marido e um amigo indefinido, chato demais para ser querido. Eis a sua solidão! Porém é um homem auto suficiente, também pudera, se não fosse seria um morto vivo. A necessidade faz o monge.
Por tudo isto, o pela-saco é um egoísta em potencial, interesseiro até o osso porque vive de migalhas, mesmo sendo rico (de dinheiro), por sua insegurança de estar à margem das verdadeiras amizades, acha que não pode dar mole a ninguém, por isso não adianta ninguém, só atrasa, ele se atropela, coitado, pensa que esta sendo bom, mas não é de sua cerne, e quando “adianta”, fica aguardando recompensas, ele é um calculista, só não sabe quem não quer! Ele não pensa e pensa demais, vive contando riquezas, não a divide com ninguém e não muda jamais, acha que está sempre sendo passado para trás, vive tenso, teso, propenso ao tropeço, não é, definitivamente, uma pessoa confiável, sua espontaneidade é uma cilada, uma farsa, pois não consegue nunca relaxar. Ele espreita incansavelmente as oportunidades de se firmar no meio em que vegeta, tanto no trabalho, quanto com seus próximos, é um burrocrata de carteirinha e um puxa saco por opção. Algumas vezes tem um surto de bondade e nesses casos o melhor é aproveitar porque logo, logo, ele volta a vacilar, pois o pela-saco é acima de tudo, um louco por isto, um autêntico vacilão.
E outra coisa, o cara é cruel, quando há alguma possibilidade para sê-lo, ele será sem pensar duas vezes, sua manipulada ambição destruirá seus esforços, pensará em pequenas vinganças bem na hora em que ele poderia provar sua integridade, acha o idiota que estará demonstrando força e se lambuzará de novo. O pela-saco sente um incontestável prazer nisto tudo, adora atrasar todo mundo, pois pensa o infeliz, que ninguém há de ter boa vontade com ele, se sente um igual pensando que todo mundo é igual a ele e se frustra e mingua durante toda sua vida, quando não consegue acompanhar a evolução das coisas, da vida e da amizade limpa e pura, ou seja, o pela-saco é acima de tudo, além de vacilão, um pela-saco !