segunda-feira, 21 de julho de 2008

O PELA-SACO

Não há porque ser um “pela-saco” na vida! Eu poderia ser menos coloquial e usar termos menos pejorativos, mas não, vou de “pela-saco” mesmo, porque este indivíduo é tão execrável que quanto mais chula a expressão para defini-lo, mais próximo do entendimento de saber o que este sujeito é e representa, ficamos. O “pela-saco” é aquele que parece sentir prazer em atrasar, prejudicar, afundar os outros, digo parece, porque ele também aparentemente está mais para um vacilão do que propriamente para uma pessoa má, muito embora, desconfio profundamente que ele isto também o seja!

Bom, já que nos situamos, posso então me desfazer à vontade, contudo, reforço e repito, não há mesmo razão para um homem ser um pela saco.

O pela-saco é um caxias por excelência , mesmo que acompanhe a moda (aliás não há nada mais cafona que isso), ele ainda é um chato no fim de tudo, é certinho demais para ser elegante como deseja, é pragmático, pelo simples fato de não conseguir ser prático, nem simples, ele traz consigo escondido uma imensurável razão de ser, própria e intransferível, ele precisa, tem necessidade de ser aceito, mas não sabe como se portar, é mais que um chato, é um pé no saco, por isso na maioria das vezes é um ser solitário, um punheteiro de marca maior, quase um nerd, a sua solidão é ininterrupta, maltrapilha, fedorenta, ele sabe que a tem, sabe quem é, e não aceita em segredo, então disfarça e por isso se perde. É mal amado e mal amante, péssimo marido e um amigo indefinido, chato demais para ser querido. Eis a sua solidão! Porém é um homem auto suficiente, também pudera, se não fosse seria um morto vivo. A necessidade faz o monge.
Por tudo isto, o pela-saco é um egoísta em potencial, interesseiro até o osso porque vive de migalhas, mesmo sendo rico (de dinheiro), por sua insegurança de estar à margem das verdadeiras amizades, acha que não pode dar mole a ninguém, por isso não adianta ninguém, só atrasa, ele se atropela, coitado, pensa que esta sendo bom, mas não é de sua cerne, e quando “adianta”, fica aguardando recompensas, ele é um calculista, só não sabe quem não quer! Ele não pensa e pensa demais, vive contando riquezas, não a divide com ninguém e não muda jamais, acha que está sempre sendo passado para trás, vive tenso, teso, propenso ao tropeço, não é, definitivamente, uma pessoa confiável, sua espontaneidade é uma cilada, uma farsa, pois não consegue nunca relaxar. Ele espreita incansavelmente as oportunidades de se firmar no meio em que vegeta, tanto no trabalho, quanto com seus próximos, é um burrocrata de carteirinha e um puxa saco por opção. Algumas vezes tem um surto de bondade e nesses casos o melhor é aproveitar porque logo, logo, ele volta a vacilar, pois o pela-saco é acima de tudo, um louco por isto, um autêntico vacilão.
E outra coisa, o cara é cruel, quando há alguma possibilidade para sê-lo, ele será sem pensar duas vezes, sua manipulada ambição destruirá seus esforços, pensará em pequenas vinganças bem na hora em que ele poderia provar sua integridade, acha o idiota que estará demonstrando força e se lambuzará de novo. O pela-saco sente um incontestável prazer nisto tudo, adora atrasar todo mundo, pois pensa o infeliz, que ninguém há de ter boa vontade com ele, se sente um igual pensando que todo mundo é igual a ele e se frustra e mingua durante toda sua vida, quando não consegue acompanhar a evolução das coisas, da vida e da amizade limpa e pura, ou seja, o pela-saco é acima de tudo, além de vacilão, um pela-saco !

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