terça-feira, 30 de setembro de 2008

A CENA ROCK ALTERNATIVA. - QUAL A ALTERNATIVA?!




O que acontece é o que todo mundo sabe, a cultura é instrumento de discussão contínua, não uma imposição. Movimentos nascem e morrem aos montes todos os dias, contudo, há um fascismo do qual a “Grande Tempestade” (música da Real Sociedade) fala, que controla tudo em função do interesse de uma pequena, mas contundente minoria, que detém o poder da mídia, sobre um povo analfabeto e facilmente manipulado. Quer queiramos ou não, temos que reconhecer que as rádios têm ou tinham um papel importantíssimo e fundamental nessa luta, que eram elas, que de certa forma catequizavam a juventude e os apresentavam a novas bandas, que os faziam estar ligados, que trazia a notícia sobre este ou aquele artista, que por tabela então, faria com que o mercado de vendas de discos se aquecesse e por aí ía. Vinham os shows das bandas que tocavam nas rádios(grande veículo de divulgação), em suas casas, nos seus carros, na televisão, em suas vidas, e que eles conheciam bem, sabiam das letras e da vida do vocalista e da vida da banda, que por sua vez influenciaria e traria outras influências de sua cultura musical, citando outras bandas, indicando ou não novos caminhos, formando assim uma cadeia permanente de fãs e ídolos que fomentariam a cena. Mas nada disso funciona mais! Estamos na escassez de tudo, de informação, de influências e do que é pior, de boa vontade da mídia(grande e pequena), não deixando chegar à nossa juventude, novas informações. Então quando as bandas alternativas se mobilizam e realizam shows e eventos, não têm por excelência aquela força motriz que já deveria existir antes como base, para que a sua ação tivesse um resultado plausível à altura do seu esforço. Mas o público não corresponde, pior, ele não existe mais, por conta de todo esse histórico já descrito aqui. E o novo assusta! Quantas vezes um sucesso, ou simplesmente uma canção, precisou ser tocada um milhão de vezes para cair no gosto popular?! E essa informação é quase sempre massacrante, tocando no rádio uma centena de vezes por dia; assim se faz um público, mesmo que ralo; a verve cultural precisa se alastrar de alguma forma quase fixa, às vezes, para padrões de comportamentos infalsos como o da massa brasileira, tão massacrada e covardemente usada por distúrbios auditivos. Como conhecer bandas como Muse, por exemplo se não existe veículo de divulgação, para que cheguem até nós?! A garotada está ouvindo o quê?! O que chega a ela! Pois, a bem da verdade e a princípio, não se faz força para conhecer novas tendências, a música vem até a gente, através do marketing que as empresas fazem. Sendo que a televisão hoje em dia é até mais forte que as rádios que teriam este papel primário de conversar com os jovens mais especificamente. Então nos enchem de ruídos que para o jovem em formação vem em forma de modismo! E todos caem na armadilha e batem palma para o vazio; mas é o que eles tem nas mãos, o que lhes chegam aos ouvidos. Como podem gostar de Led Zeppelin, se nunca ouviram?!
A cena carioca ou até mesmo nacional estará sempre condicionada a este jargão e ao pré domínio da mídia e das grandes majores, infelizmente são eles que ditam as regras e a ordem da vez. Por um outro lado, caberia a nós, os maiores ‘prejudicados’, mostrar e provar tanto para eles quanto para o público, de que somos capazes de satisfazer tanto a um quanto a outro, só que infelizmente, mais uma vez, acabamos nos tornando vítimas das circunstâncias também. Além de ser um grande desafio despertar algo nessa juventude tão transviada, também nos vemos aquém das expectativas deles. Verdade seja dita, se com toda essa máquina contra, nós não formos capazes de gerar algo que seja no mínimo interessante, ao invés de repetir a velha fórmula de canções óbvias demais para tanta pretensão, não sobreviveremos nem a nós mesmos! Como alias acontece! Por que nossos shows não são ao menos freqüentados por nossos colegas músicos?! Porque nem para eles (como deles para nós) conseguimos ser convincentes! Nossos amigos marcarem presença em “mesmo-todo-show-igual” que a gente faz, não é definitivamente garantia de nada! Apenas amizade! É preciso que se tenha essa consciência e atitude de verdade para mudar primeiramente a nós, se formos plausíveis de mudança, é claro. Ter auto crítica e cultura não só da canção como muito também de literatura, de letra, de engajamento, mesmo que se faça letras despretenciosas; e para os que estão me entendendo, posso citar o Ultraje à Rigor. Quero dizer portanto que podemos ser o que quisermos, políticos ou apolíticos, não importa, quando a música é boa e a banda interessante, e há um istmo de poesia, pode ser que se haja um mínimo de esperança para que a cena mude, porque do contrário...

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