segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

A GARÇONETE

A garçonete acanhada e muito tímida, com sua roupa de costume, disfarçada de uniforme, se virava como podia, para atender a “peaozada” suja e tarada no recito em que trabalhava. Desajeitada mas simpática no olhar, sempre acabava esquecendo os pedidos mais recentes e ainda, falava muito pouco. Era meio matuta, apesar de bonita, uma beleza difícil de se ver, com todas essas características predominante. Tinha as ancas avantajadas e me olhava mais que o normal, se apegara a mim por conta talvez de uma brincadeira, acho que a deixei à vontade para ser o que era, dava-lhe bom dia todos os dias e umas piscadelas de vez em quando, que a deixava envaidecida, podia-se notar. Tratava-me melhor que a todos e sempre parecia esperar por mim. Enquanto lavava os pratos, me expiava com o seu sorriso mudo, tal qual moça que tinha chegado à pouco do interior. Coitada, gostaria muito de lhe ser útil, um dia quem sabe! A levaria a lugares fáceis que provavelmente nunca visitara. Ela se deslumbraria, seria presa fácil. Apesar do seu mal jeito, tinha algum jeito, a menina. Quero dizer, era gostosa mesmo, mesmo que não chamndo a atenção. “Merecia um trato!”.
Tomar um sorvete na orla de Copacabana, ir ao cinema, tomar um chopp.
- Ei, menina! Está sujo aqui! E lhe limparia os lábios com os meus dedos safados e a veria tremer com os lábios e com os olhos, num sinal claro de desejo....

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