quarta-feira, 23 de abril de 2008

CRÍTICA DO MEU TEMPO

Nem Queiroz


Outra coisa que eu não suporto são essas bandinhas com pose de rock’n’roll. Vocês podem enganar essa juventude boboca que não liga para porra nenhuma, que não busca cultura para ter o mínimo de discernimento, para diferenciar o que é bom do que não presta, aí curtem qualquer coisa e vão fazer qualquer coisa e o mal gosto se instala geral e nada mais tem valor, nem quem toca nem quem escuta, como podemos melhorar?” Não há como! Isso é letra que se apresente, meu filho? Vai aprender a escrever, vai, vai aproveitar aprende a tocar também, senta pelo menos uma vez essa sua bundinha que mamãe passou talquinho e vai escutar algum disquinhos básicos para você ter algum entendimento do que você pensa que está fazendo. Tenha santa paciência, me perdoem os mais ligados, mas é como literatura, quando você descobre a boa literatura, não consegue ler mais qualquer porcaria, vocês conhecem Machado de Assis, é, aquele velho chato que a gente era obrigado a ler na escola, vocês foram à escola?! E Clarice Lispector, o quê?! Nunca ouviram falar? Qual foi o último livro que vocês leram, então o que é que vocês conhecem, o que que vocês estão dizendo com essa letras imundas e sem sentidos, bonitinha na métrica mas um desastre no conteúdo, e o pior é que não há auto-crítica, mas como haverá?! Que bobagem de se perguntar! Para se ter idéia, sabe esses best sellers que vendem milhões, pois é, até estes viram água quando a gente descobre a literatura essencial, ficam pobres, porque a gente descobre o que é bom de verdade. A mesma coisa é com a música. Sabe o que acontece? Vocês se envolvem com a música e se desenvolvem, mas na música, que no caso, o rock, que não é nem difícil de aprender, também requer talento. Não é só porque você trabalha com três nota que a música não vai ser boa,para aquele estilo, entende?! Por exemplo, qualquer disco dos Ramones, do Sex Pistols, é melhor do que toda a programação que vocês escutam nessas rádios vagabunda que restaram depois da Flu FM, e que se intitulam rock’n’roll. Não estão com nada! Aí vocês até tocam bem e tal e coisa, mas não ligam para a literatura da coisa, porra, vocês não estão cantando em inglês, caralho, e mesmo se cantassem, é preciso saber o que se canta, o que se fala, senão fica um monte de cordeirinhos pulando com o rebanho que a rádio comandam, não se deixem levar, o rock é tudo menos isso, cada baboseira que se ouve e que se escreve, dá até nojo, e o pior é que se grava e se vende, mas quem é que compra essa porcaria!? Cantam até de olhos fechados, seus bregas enrustidos, suas pragas, tinham que fechar eram os ouvidos, os abri-los mais ainda, porque com o que se tem tá foda de aturar, não existe o senso crítico, não há direção, nem o punk era assim, também pudera, não devem mesmo se interessar por nada, além do somzinho de vocês, como vão saber?! Como podem saber?! Vocês não lêem, LEIAM, meus filhos, LEIAM!!! Qualquer merda, mas leiam, leiam jornais, leiam, bula de remédio, comecem, apenas comecem, vão fundo, vocês vão até gostar, eu garanto. Se bobear, não sabem nem sequer escrever direito, as letras que vocês fazem ( não escrevem ), são totalmente desqualificadas, irritantes, covardes, sem conteúdo, miúdas, lembrei! E os clássicos? Já leram algum? Vocês sabem quem são Dostóievisk, Oscar Wilde, Shakespears, vocês já devem Ter ouvido falar, espero, e os beatniks? Bukowski, indispensável, Jack Kerouac, que nada, no máximo Paulo Coelho e se muito, como se atrevem a escrever canções, vocês ouvem Bob Dylan, vão ao cinema, discutem as letras das grandes bandas? É preciso se inteirar, só isso, os nossos, falo da poesia, da profundidade do que se trata, Cazuza, Renato Russo, Chico Zumbi, Buarque, Caetano, os anos 80, mesmo que vocês não curtam tanto, mas admitam, foi a melhor safra, a Plebe, Violeta de Outono, o Ira, Titãs, Paralamas. Antes a gente comprava os discos e comentava, hoje não vejo mais isso, também pudera, não há mais nada, e não falo só da gente daqui de baixo não, falo principalmente desses conjuntos, (conjunto, não banda), que tocam 50 vezes por dia até entrar por osmose em nossas mentes, sufocar, sufocar, essas merdas de rádios, cheias de concessões e hipocrisia, que recebem para tocar essa ou aquela música, não é possível que não seja assim, por isso a falsa impressão de ser fácil, extremamente fácil, Arghhh!...

3 comentários:

  1. ném, se faz necessário darmos nomes aos bois... de quem estamos falando? ew mesmo conheço amigos seus que são assim... supostamente vc e ew somos assim(um amigo sew especificamente é muito mais assim que a gente)...
    e agora? fudew...

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  2. porra, mas eu quero nome aos bois, fala ai

    tandera

    www.homensdopantano.blogger.com.br

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  3. Para que nomes ao bois?! Acho que se trata muito mais de carapuça do que de nomes ou bois! Não estou falando de ninguém propriamente e sim da situação, do quadro, da cena. Não era pra ser assim, mas era mesmo para a carapuça servir!

    P.s. E se escrevo isto é porque vejo isto. Sei dos amigos e já falei para um monte deles, agora escrevo. fudew não, já estava fudido!

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